Os tempos da memória gustativa: Bar Palácio, patrimônio da sociedade curitibana (1930-2006)
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Autora: Mariana Corção

Resumo
O Bar Palácio preserva desde a sua fundação, na década de 1930 em Curitiba, um cardápio característico. Apesar das inevitáveis mudanças nessas décadas de história, sendo a principal a de sede, o Bar resguarda sua tradicionalidade, representada principalmente pelos seus famosos pratos, como o filé grise, o churrasco paranaense e o mineiro de botas. Com ambiente rústico e oferta gastronômica pouco elaborada, o Bar Palácio se destaca pela paradoxal frequentação de personalidades do mun-do artístico e a aristocracia da cidade curitibana. Democrático por abarcar diversos grupos intelectuais e políticos, mas seletivo na medida em que estabelecia normas internas, como a proibição do serviço de mulheres desacompanhadas. A análise de elementos da história do Bar, reportagens e entrevistas com clientes, é significativa na medida em que, converge para a compreensão do seu significado social como elemento preservado em meio a dinâmica do contexto urbano no qual está inserido. A gastronomia nessa perspectiva, característica peculiar do Bar, é percebida como principal fator para que o Bar pudesse resistir às transformações sofridas no mercado gastronômico ao longo dos anos. O presente estudo, nesta direção, se insere na abordagem da História da Alimentação, na linha cultural gastronômica. A contraposição das diversas faces de um mesmo Bar, que permaneceu na medida do possível com os mesmos aspectos da fundação, exposta na mídia, do discurso da casa e no discurso dos clientes, presta como instrumento de consideração do Bar Palácio como uma extensão de sua construção física, na medida em que apresenta diferentes perspectivas do imaginário social- seja pela inclusão do observador em um dado momento de sua história, seja em seu enquadramento em algum determinado grupo social.

Palavras-chave
História e cultura da alimentação, memória gustativa, patrimônio social.

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