07/03/2012 | Sobre rótulos de cachaça.
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Recentemente, uma exposição de rótulos de cachaças brasileiras pôde ser visitada nas cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro. No Rio, foi curador da mostra o designer Egeu Laus, também pesquisador e colecionador de rótulos. Segundo seu depoimento, publicado no site Malagueta, “os rótulos da nossa cachaça tem sido objeto de pesquisa nos últimos anos, por conta do vivo interesse despertado pelos pesquisadores e historiadores da nova história material focada nos temas da vida cotidiana dentro do contexto das histórias da vida privada”.
Nestes pequenos pedaços de papel – impressos litográficos – revela-se o imaginário social de um período histórico e se observa como determinados fatos foram recebidos e representados pela sociedade.
Como reportou a Redação Malagueta, “os temas abordados nas cachaças são variados. Nomes de bichos, em especial pássaros, e as pin ups formam um capítulo à parte. Grandes acontecimentos como a Fundação de Brasília e a Copa do Mundo estão retratados nesta comunicação publicitária”.
Além destes se destacam os rótulos all type, isto é, aqueles criados apenas com base em elementos tipográficos e, em alguns casos, exemplos de design vernacular. E Laus completa, “se o vernacular é aquilo que se construía “à margem” do conhecimento erudito, os rótulos de cachaça contribuem, no mundo globalizado, para um olhar ao local e ao regional. Neste panorama, o erudito e o popular são faces da mesma cultura”.

No Paraná, a cidade de Morretes é lembrança obrigatória quando se fala em cachaça. O produto já era fabricado na região mesmo antes da sua fundação, em 1733. A aguardente dos engenhos de Morretes atingiu tal qualidade que “Morretiana” virou sinônimo de cachaça no dicionário Aurélio. Os rótulos desses primeiros produtos, hoje, são raros e preservados por uns poucos colecionadores. Os que ilustram essa página são da coleção do Sr. Eric Joubert Hunzicker de Morretes.

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